terça-feira, 13 de janeiro de 2015

Mozilla firefox

 
 
O fim da parceria com a Google pode acabar com a Mozilla?
 
 
Muita gente conhece a Mozilla pela produção de seu principal produto: o navegador Firefox. Porém, ela não é uma empresa comum de desenvolvimento. Apesar de possuir uma hierarquia no topo da cadeia, a Mozilla é também uma comunidade virtual que conecta milhões de pessoas ao redor do mundo, defendendo uma série de ideais em comum. O objetivo é um só: construir uma internet melhor.
 
Formada por desenvolvedores, designers, tradutores e colaboradores de todos os cantos do mundo, a Mozilla possui a seguinte descrição: “Uma comunidade mundial de pensadores e apaixonados por tecnologia trabalhando juntos para manter a Internet viva e acessível para que todas as pessoas sejam contribuidoras e criadoras da Web. Acreditamos que o trabalho comunitário em uma plataforma de código aberto é essencial para nosso crescimento pessoal e para o futuro da sociedade.”
No entanto, você deve imaginar que essa soma nem sempre é suficiente para fazer com que as contas sejam pagas. Pois é. A Mozilla — como qualquer outra instituição — precisa de dinheiro para manter seus servidores ativos, seus projetos em funcionamento e muito mais, o que inclui gastos com documentos e também com contas normais que qualquer escritório precisa pagar.



Por muito tempo, a principal fonte desse dinheiro foi a Google — tendo também uma parcela de entrada de capital por doações, mas atualmente a Mozilla está vendo seus ganhos serem reduzidos, em um processo que já vem se desenrolando desde que a mesma Google já citada lançou o Chrome no mercado, em 2009. E por que somente agora a ameaça começou a ser tão grande? É o que você vai descobrir agora mesmo.

Não é apenas uma barra de busca

Como já dissemos, boa parte da receita obtida pela Mozilla está na barra de buscas que é integrada ao navegador Firefox. Ela redireciona os consumidores diretamente para os motores de busca selecionados por cada um dos usuários — por muitos anos o Google foi o buscador-padrão —, fazendo com que o serviço de pesquisas ganhe dinheiro por meio dos anúncios vendidos.
Parte desse dinheiro é repassada justamente para o navegador, e por isso se torna interessante ter uma base maior de consumidores. Já deu para entender por que esse recurso é tão disputado? Não é difícil compreender as razões pelas quais as empresas querem ver seus browsers cada vez mais utilizados em todo o mundo, pois é dessa forma que a receita se torna cada vez maior.



                       As contas são simples: em 2008 o Firefox possuía cerca de 30% do mercado de navegadores, ficando apenas atrás do Internet Explorer como principal ferramenta de acesso à internet — o software da Microsoft ultrapassava os 60% nesse período. Como você pode imaginar, investir no Firefox era uma ótima jogada para a Google, uma vez que o IE não trazia as pesquisas integradas de maneira paga.
Porém, foi naquele mesmo ano que a Google decidiu colocar um navegador próprio no mercado. Afinal de contas, vender um produto e ter todo o controle sobre ele é bem melhor do que pagar para alguém usar o seu produto e ganhar apenas uma parcela sobre a receita conseguida. E foi aí que surgiu o Google Chrome, e todo o cenário de navegação começou a se redesenhar.

Muito marketing e o Chrome chega ao topo

O Mozilla Firefox chegou aos 30% já citados por esforço próprio e com a divulgação pelas próprias comunidades online. A Mozilla nunca fez campanhas agressivas de marketing ou publicidade, não sendo uma companhia conhecida por causa da imagem ou da propaganda. Nesse ponto, o Google Chome se diferencia totalmente do rival, afinal de contas o browser foi promovido pela própria Google — o que é um grande negócio.



De acordo com informações do StatsCounter, levou menos de três anos para que o Chrome se tornasse o primeiro colocado no ranking de navegadores, atingindo um total de 33% dos usuários — sendo que a grande maioria dos consumidores que “viraram a casaca” era oriunda do Internet Explorer, pois o Firefox se mantinha com quase 25% do mercado.
Esse processo se seguiu inalterado ao longo dos anos. Google Chrome crescendo rapidamente, IE caindo rapidamente e Firefox caindo devagar. No entanto, existe outro detalhe que precisa ser levado em consideração nesse período e que também contribuiu bastante para a redução da importância do navegador da Mozilla: os acessos mobile.

A importância do mobile

Quando o Google Chrome foi lançado, apenas 1% do acesso à internet era feito por meio de celulares ou tablets. Hoje, isso já representa mais de 30% do total, e em diversos países menos desenvolvidos economicamente a situação é inversa, sendo os navegadores Mobile as grandes ferramentas do mercado.




Potencial da web móvel: os próximos cinco milhões de novos usuários vão acessar a web pela primeira vez por dispositivos móveis. Eles vão sentir a sensação de propriedade e agência sobre a experiência?"
Hoje, o sistema operacional portátil mais difundido em todo o mundo é o Android. Basta lembrar que ele é da já citada Google e ligar rapidamente os pontos para entender por que o navegador-padrão dos smartphones e tablets é também o Google Chrome.  Neste segmento, o Firefox apresenta bem menos influência do que já teve nos computadores, e nisso fica claro por que a Mozilla se sente ameaçada.

A Mozilla já busca novos parceiros

Depois de anos usando o Google como buscador-padrão, em novembro do ano passado a Mozilla informou a assinatura de um acordo com o Yahoo!, que levaria o buscador desta empresa para o Firefox. O contrato tem vigência de cinco anos, mas deixa muitos especialistas com sérias dúvidas. O Yahoo! possui apenas 10% deste mercado de buscadores e pode não render tanto quanto o Google.



Mas por que isso seria bom? Pelo simples motivo de que poderia agradar aos mais fiéis membros da comunidade. Recentemente, a Google parou de pagar por acessos vindos de navegadores que permitem o bloqueio de IP e outras ferramentas de rastreio — o que pode ser feito com o “Do not Track” do Firefox. Já no Yahoo! não existe qualquer restrição quanto a isso, permitindo a “liberdade de internet” defendida pelo projeto.
Mais do que isso, é importante lembrar que Marissa Mayer — a CEO do Yahoo! — já deu diversas dicas de que a empresa deveria voltar a investir no negócio de buscas pela internet. E, para quem não se lembra da expertise da executiva, antes de migrar para o atual emprego, ela foi vice-presidente de
Produtos de Buscas e Experiência de Usuário em uma certa empresa de Mountain View: a Google!

Como você já viu, a Google foi a principal fonte de receitas da Mozilla por vários anos. Atualmente, a condição do mercado fez com que ela partisse para outros voos, mas a companhia ainda precisa consolidar todos os seus passos para que não seja derrubada definitivamente. Será que a parceria com o Yahoo! vai ser tão produtiva? Ou será que o Firefox vai se tornar um navegador de nicho em um futuro próximo?

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