sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

Apple as estatisticas no mercado de pagamento pelo celular

 

 
 
 
Uma startup faz uma inovação, entra no seleto grupo de companhias que estão desbravando um novo mercado e, quan­do começa a ter algum sucesso, uma gigante lança um produto similar. Essa clássica história do mundo dos negócios costuma acabar em lágrimas para o lado mais fraco, mas tem suas exceções.
A Looppay, empresa americana especializada em pagamentos digitais por celular, foi criada em 2012 em Boston. Inovou nas pesquisas que permitem efetivar transações aproximando o celular da máquina de cartão — sua tecnologia cria um campo magnético emulando um cartão de crédito.
Desde que a Apple entrou no segmento de pagamentos móveis com o lançamento do Apple Pay, no ano passado, o interesse despertado pelas descobertas da Looppay aumentou exponencialmente — ela passou a ser assediada por grandes companhias.
A Apple não ajudou apenas a Looppay. Deu um empurrão em todas as outras empresas, cuja meta é aposentar os cartões de crédito dos consumidores americanos.
Já há alguns anos o maior problema do segmento de pagamentos móveis tem sido convencer lojistas e consumidores das vantagens do uso do celular. Do ponto de vista tecnológico, os recursos existentes são mais que suficientes para sua popularização. Mas a verdade é que esse setor não decola em lugar nenhum.
Nos Estados Unidos, um dos lugares onde está mais avançado, ele representa 0,03% do total de pagamentos. Para os consumidores, o cartão de crédito continua sendo um jeito prático e seguro de fazer compras. Pelo menos era assim até a Apple entrar em campo. Hoje, mais de 200 000 locais de venda nos Estados Unidos aceitam o Apple Pay.
Somente no último trimestre do ano passado, 800 000 clientes do Bank of America, um dos maiores do país, pediram para habilitar seus celulares e usar o novo sistema da Apple. Os números ainda são preliminares, mas aumenta a expectativa de que a Apple vai fazer no setor de pagamentos móveis o que fez no mercado de tablets, que só deslanchou após o lançamento do iPad em 2010.
De acordo com a consultoria Euromonitor, as transações pagas com celular nos Estados Unidos sairão dos atuais 5 bilhões de dólares e chegarão a 75 bilhões em cinco anos.
Outros pesos-pesados da tecnologia também estão se mexendo. De acordo com o jornal The Wall Street Journal, o Google, que entrou no segmento de pagamentos móveis com o lançamento do Google Wallet em 2011, está negociando a compra da concorrente Softcard, joint venture entre as empresas de telefonia AT&T, T-Mobile e Verizon.
Segundo alguns dos blogs de tecnologia mais respeitados dos Estados Unidos, a fabricante de celulares Samsung estaria interessada na inovação da Looppay. A startup ainda não firmou acordos com fabricantes de celulares, mas diz que está próxima disso. “Até o fim do ano deveremos fazer o anúncio de uma parceria”, diz Gregory Mann, executivo da Looppay.
Nenhuma das grandes empresas americanas tem operação relevante no Brasil, e o Apple Pay não tem data para desembarcar no país. “Estamos alguns anos atrás, mas isso não significa que o mesmo fenômeno não vá acontecer aqui”, diz Michelle Evans, analista da Euromonitor.
Pelos cálculos da consultoria, os pagamentos móveis no Brasil deverão chegar a 400 milhões de reais até o fim da década. Se as previsões estiverem certas, em breve a onda deverá se espalhar. Possivelmente vamos acabar sem nossa carteira — e não vamos achar isso ruim.

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